sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Debate 'Lembrando Gisberta 2 - No Limiar da Lei de Identidade de Género'


Debate
LEMBRANDO GISBERTA 2:
NO LIMIAR DA LEI DE IDENTIDADE DE GÉNERO
Entrada livre

Organização
GRIT – Grupo de Reflexão e Intervenção sobre Transexualidade
UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta

Local
Clube Literário do Porto – rua Nova da Alfândega, n.º 22, Porto – auditório (ao pé da Ribeira e estação de metro de S. Bento), 25-02-2011, às 21h30.
Homenagem a Gisbertaevento a ocorrer no dia seguinte, 26, na Av. Fernão de Magalhães, onde Gisberta foi encontrada morta. Ponto de encontro: às 15h de 26-02-2011, no Campo 24 de Agosto, ao pé da estação de Metro.

Oradores
Luísa Reis (activista na área da transexualidade – fundadora e membro da direcção do GRIT)
dr. Nuno Santos Carneiro (psicólogo clínico, investigador e activista LGBT independente)
Moderação: UMAR

Há cinco anos, em Fevereiro de 2006, Gisberta Salce Júnior foi encontrada morta numa obra abandonada da Avenida Fernão de Magalhães, no Porto. A sua morte ocorreu após vários dias seguidos de insultos, provocação, agressão, tortura e violência sexual. Os responsáveis, um grupo de 14 jovens entre os 12 e 16 anos, ao cuidado de uma instituição de acolhimento de menores sob a tutela da Igreja Católica, atiraram-na por fim para um poço onde morreu afogada. Era uma mulher transexual a quem o Estado se negou reconhecer como tal – mulher.

O julgamento dos responsáveis pela sua morte não apurou que tivesse sido mais que 'uma brincadeira de mau-gosto que correu mal'. Não reconheceu o motivo claro das agressões mortais – a transfobia. E nem sequer a considerou vítima de homicídio, mas apenas que o seu 'cadáver', ainda vivo, foi ocultado pelos agressores no poço onde morreu.

Para o Estado Português, Gisberta não era mulher. Foi esta falta de reconhecimento que a privou igualmente de cidadania e de um projecto de vida. O novelo de exclusões em que foi sucessivamente aprisionada desfez-se finalmente com a sua morte, expondo o vazio sobre o qual foi forçada a construir toda a sua vida.

Em 2009, o GRIP e o GRIT relembraram o assassinato de Gisberta no terceiro aniversário da sua morte, denunciando a falta de reconhecimento da identidade das pessoas transexuais que esteve na raiz da sua exclusão. Desde então, os partidos e a Assembleia tomaram a iniciativa de iniciar o processo legislativo para uma Lei de Identidade de Género – uma medida que finalmente vai dar às pessoas transexuais portuguesas identidade e cidadania. Estamos no limiar de uma nova era para esta população – mas, neste dia, não deixaremos esquecer o nome de Gisberta!

Juntem-se a nós no dia 25 de Fevereiro, para que nunca mais ninguém esqueça!

 
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